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Ansiedade organizacional

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A palavra ansiedade está na moda. Isso já sabemos. Por conta da pandemia as síndromes relacionadas a ansiedades ganharam nova luz. Contudo, você sabia que as instituições também podem sofrer deste mal?

Você já ouviu falar em ansiedade organizacional? Sim? Não? Pois bem, este fenômeno ocorre quando uma organização, em geral bastante afetiva, transforma tudo aquilo que ela projeta em urgências. É isso mesmo, parece que o tempo todo o fim do mundo está para chegar.

Ao longo da minha carreira como cientista e gestor de equipes de alta performance tenho aprendido que há uma característica curiosa em algumas organizações. Elas são ansiosas. 

E isso é um problema? Depende. No mundo VUCA sim, pois cada vez mais as situações têm se tornando mais complexas e as demandas aumentado. E o que fazemos? Ao invés de escalonar e priorizar, mudamos o status das coisas para o de “Urgências”.

Tais instituições possuem característica típicas. A primeira delas é: Têm dificuldade para estabelecer e executar planejamentos a longo prazo. Elas, por operarem sempre no regime de urgência, querem resultados imediatos para ações ou mudanças que nem sempre podem ser feitas nesta cadência. Elas, assim como as pessoas ansiosas, querem tudo para o “agora”, e quando as coisas não acontecem elas criam um setor para pensar metodologias Ágeis e inovação. O que, em geral, aumenta o problema pois o framework ágil e inovador é uma cultura e não um setor. 

Uma outra característica destas organizações e a procrastinação dos cenários importantes. Como estas empresas apresentam dificuldade para planejar a longo prazo, assomado a pouca habilidade em estabelecer prioridades e concretizar planos o que se vê é que aquilo que de fato é importante vai sendo procrastinado até o ponto que a situação em questão fique insustentável. E então está instaurado o círculo vicioso da Ansiedade Organizacional.

Porém, antes de expor o modelo que desenvolvi para este círculo vou apresentar outros dois componentes dele: A inconstância e a pouca aprendizagem organizacional

A inconstância pode ser vista na série de iniciativas que sempre começam e são descontinuadas devido à dificuldade da instituição de dar prosseguimento aos processos e planos. Este é um tipo de organização que não sabe plantar e esperar colher, mas prefere comprar pronto e, muitas vezes, pagar mais caro ou pagar várias vezes pela mesma solução.

Como resultado disso, as instituições não fazem uma gestão do conhecimento por dois motivos: Porque, como tudo é urgente, elas ficam correndo como o coelho de Alice de um lado para o outro sem saber onde, precisamente, desejam chegar e em segundo lugar porque elas não conseguem perceber os movimentos internos e forças e regimes que operam dentro da própria instituição. Eis o círculo vicioso estabelecido.

Mas como trabalhar isso? Há uma terapia e um ansiolítico para este tipo de coisa? O primeiro passo é passar de uma gestão imediatista e emotiva para uma gestão orientada a processos e evidências.

Um outro fator que pode contribuir muito para lidar com a ansiedade organizacional é construir uma política de transparência e de gestão do conhecimento que seja gradual, que estabeleça prioridades e que foque naquilo que gera valor ao cliente. 

Gillianno Mazzetto é co-founder Eipsi

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