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Burnout: a síndrome que tem atingido grande parte dos colaboradores no Brasil

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ithsm

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Burnout: a síndrome que tem atingido grande parte dos colaboradores no Brasil

Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já passou por um momento na carreira em que se sentiu totalmente desmotivado ao ter de se levantar da cama para enfrentar mais um dia de trabalho. Isso pode ser normal quando acontece um dia ou outro. Entretanto, se passar a ocorrer com mais frequência, praticamente todos os dias, e se os sintomas começarem como pequena desmotivação e avançarem para estresse e exaustão física total, é bom procurar um médico. Você pode estar sofrendo de burnout.

Esse esgotamento físico e emocional, em geral, é causado por estresse no ambiente de trabalho. Muitas vezes é confundido com depressão, porém, apesar de não o ser, pode desencadeá-la, se a pessoa não for tratada com urgência e da maneira correta.

O grande problema é que, assim como depressão, síndrome do pânico, crise de ansiedade e outras doenças psicológicas, burnout muitas vezes não é visto como doença — para algumas pessoas e empresas, é até considerado cansaço ou frescura! —, o que impede que a pessoa procure ajuda.

Entretanto, problemas associados à saúde mental no trabalho, além de levarem a uma queda da produtividade, resultam na perda de US$ 1 trilhão por ano no mundo todo, segundo a OMS. No Brasil, a depressão faz o país perder cerca de US$ 63,3 bilhões anualmente, atingindo a marca de segundo lugar no ranking em que o estresse no trabalho é considerado problema de saúde pública; nessa estatística, nosso país perde apenas para os Estados Unidos.

Segundo a Associação Internacional de Gestão de Estresse, estima-se que 32% dos profissionais brasileiros sofram com esse esgotamento no ambiente corporativo. Em 2016, a Previdência Social registrou 75,3 mil afastamentos por esse tipo de doença.

Quais os sintomas de quem sofre de burnout e como o RH das empresas deve agir?

Se você não está motivado em seu trabalho, sente-se exausto na maior parte do tempo, não tem vontade de sair com os amigos nas horas vagas, não vê propósito naquilo que está fazendo, fica deprimido e sobrecarregado com a quantidade de tarefas que precisa executar, além disso, sofre de sintomas físicos como dores no peito, falta de ar e palpitação, tome cuidado! Tudo isso pode indicar que você está sofrendo de burnout.

Segundo o dr. Wagner Gattaz, diretor do Laboratório de Neurociências, professor titular e presidente do conselho Diretor do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP: “Ainda se acredita muito que a doença mental não é uma doença em si, mas que é falta de caráter, falta de força de vontade, falta de capacidade de reagir”.

Para Gattaz, o profissional do RH tem grande importância não só para evitar que isso aconteça no ambiente de trabalho, como também para conseguir detectar os sintomas desse esgotamento em seus colaboradores.

“Os profissionais de Recursos Humanos não precisam diagnosticar seus colaboradores, isso é tarefa para um especialista, mas eles podem ser capacitados para detectar quando uma pessoa apresenta sinais de ansiedade, depressão e outros sintomas que caracterizam uma doença mental”, completa Gattaz.

Quando é a hora de mudar de empresa?

Na maioria das vezes, um ambiente organizacional tóxico, onde os colaboradores são muito pressionados, sofrem com longas jornadas de trabalho, são diariamente cobrados por resultados melhores, não têm autonomia e não se sentem seguros, pode se tornar a grande causa da maioria das doenças mentais.

Por isso, hoje se fala tanto da importância de desenvolver um mindset de liderança transformador da cultura organizacional de muitas empresas. Entender que os colaboradores precisam desse cuidado mental é essencial não só para o bem-estar deles, mas também para a produtividade de toda sua equipe.

“Numa instituição onde há muita gente com burnout, a produção diminui e os funcionários podem realizar a mesma atividade duas, três vezes por dia. O burnout é algo compartilhado, atinge grande massa do trabalho”, diz Ricardo Monezi, especialista em medicina comportamental da Unifesp.

Se você sente algum desses sintomas e percebe que sua empresa não está disposta a auxiliar você nem a tornar o ambiente de trabalho um lugar mais leve e inspiracional, talvez seja melhor para você e sua saúde mudar de trabalho. Além de, é claro, procurar tratamento com um profissional especializado.

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