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lbrito

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[vc_row][vc_column][vc_column_text]Sempre que uma crise se apresenta, ela não escapa: é sempre apontada como uma das principais culpadas.

Surgem então milhares de exemplos de todo o mundo, mostrando como este ou aquele país saíram da crise investindo nela. Estamos falando da educação, que parece ser a pílula mágica de todas as crises.
Só que educação é um processo, e integra uma política. Como todo processo, leva tempo. E, como toda política, precisa ter um objetivo de longo prazo, afinado com um projeto de país. No meio dessa discussão, os extremos sempre se fazem ouvir: de um lado, há os que defendem uma educação humanista e vivencial e, de outros, os que acreditam na necessidade de um foco nas disciplinas de exatas e no conhecimento formal.

Para o pesquisador britânico Ken Robinson, uma das maiores autoridades mundial em inovação e educação, o modelo escolar que adotamos já está falido há muito tempo. Mas ele não acredita que as crianças possam prescindir de pessoas no processo educativo. O que precisa mudar é a forma como se ensina, para que a qualidade mais importante das pessoas seja preservada: sua criatividade. Em uma entrevista concedida à revista HSM Management quando do lançamento de seu livro Libertando o poder criativo (HSM Editora), ele afirma que “ficou muito mais forte a ideia de que temos a tendência de fazer pouco uso institucional do talento das pessoas e que assistimos a um enorme desperdício de potencial humano e possibilidades”.

Para Robinson, esse desperdício de potencial prejudica não só as empresas, mas a economia como um todo.

E tudo faz parte de um grande mal entendido que vem sendo reproduzido há anos, explica, em que os pressupostos para a educação criam pessoas com conhecimentos padronizados e muito aquém das exigências da vida cotidiana. Tudo se resume, para Robinson, em impedir que a criatividade se desenvolva.

“As escolas estão sendo sufocadas por essas exigências de testes padronizados e, por isso, passam uma visão estreita de habilidades. O resultado é que os futuros adultos perdem o contato com sua criatividade, ironicamente a habilidade mais necessária às empresas na atualidade”, afirma.

Para ele, o modelo asiático, que prevê uma hipercompetição entre as crianças e uma absorção cada vez maior de informações, é um grande erro, já que se baseia em uma visão do século 20 de que é preciso acumular informações para ter um emprego e galgar posições hierárquicas. Ele explica que esse modelo só valia quando poucas pessoas chegavam à universidade e as necessidades profissionais eram bastante específicas. Hoje, as pessoas se veem diante de problemas muito mais complexos e os desafios exigem pessoas criativas que tenham habilidades múltiplas e capacidade de resolver problemas.

E como ficam as empresas e, principalmente, a liderança diante desse cenário?

O pesquisador acredita que, cada vez mais, as empresas terão de se aproximar da ideia de “capitalismo consciente”, ou seja, a ética na atuação das empresas passa a ser uma necessidade de sobrevivência, com uma atuação mais focada em responsabilidade e sustentabilidade, lado a lado com as comunidades. Isso vale não só para desenvolver a educação criativa dentro das próprias empresas, como também para estabelecer uma conexão com a comunidade externa, com as escolas diretamente.

Diversidade, mais uma vez, passa a ser a palavra de ordem para a liderança: não só aprender a trabalhar com talentos das mais diversas origens e backgrounds como saber avaliar um espectro mais amplo de conhecimentos e habilidades ao selecionar um talento. Para Robinson, mais do que testes padronizados e uma obsessão por matemática e ciências, é preciso trabalhá-las  associadas a humanidades, artes, projetos práticos, jogos – pois tudo isso funciona muito bem junto. A inovação e a criatividade, explica, dependem muito pouco de cada uma das áreas em separado: é a mistura de talentos e o trânsito de cada indivíduo por diversas áreas que permite criar conexões inovadoras.

Nota do editor: Nos dias 17 e 18 de maio, acontece no WTC o Fórum HSM de Liderança e Alta Performance. Entre os convidados, estão Raj Sisodia, um dos formuladores do conceito de Capitalismo Consciente, e Robert Safian, editor da revista Fast Company e especialista em inovação e tecnologia. Para saber mais sobre o evento clique aqui.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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